Apenas a ponta de um iceberg
Guardei uma reportagem publicada em O Globo, de dois anos atrás, sobre as condições em que vivia uma família em uma cidade-satélite do Distrito Federal e em que condições as crianças iam para a escola. A única maneira de se lavarem era usar a água de um poço semiputrefato em uma obra abandonada próxima à barraca de pau e plástico em que viviam. O meu coração ficou muito apertado quando li aquilo. E aquilo tudo estava (está?) acontecendo no DF, a poucos quilômetros dos centros decisórios da Naçao! Era tão chocante a coisa toda, que não adiante eu falar sobre. Vou ter de escanear o artigo e adicionar a este post, pra vocês mesmos lerem o original; aguardem.
E agora isto, o "Panettone Gate"
Vídeos gravados pela Polícia Federal (?) mostrando o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, secretários e "colaboradores" embolsando maços de dinheiro em negociatas. Não é necessário explicar muito. Procure na grande rede. Ouça nas rádios. Assista na televisão.Uma [única] imagem vale por mil palavras".
Só mesmo citando a piada do colunista José Simão, sobre a declaração do governador de que "
o dinheiro era para comprar panettones para os necessitados":
"[José Roberto] Arruda queria comprar a Bauducco". Mesmo assim, não consigo rir.
O sistema representativo faliu! Precisa ser substituído por algo baseado em Democracia Direta, urgentemente!
Por que o sistema político "representativo" faliu? Porque a concentração de poder nas mãos dos eleitos e a ingerência dos donos do grande capital nos negócios públicos são diametralmente opostas aos interesses e necessidades do povo! Não existe mais coisa pública, só privada (com trocadilho). Ou melhor, existem coisas públicas, que são o pagamento de impostos e o cumprimento das responsabilidades cidadãs. E existe coisa privada, ou seja: o destino que se dá aos impostos – para beneficiar o Capital, numa espiral sem fim. O "Panettone Gate", de tão emblemático, pode ser considerado um divisor de águas. Não é mais necessário bater na tecla de que o povo está farto. Mas, para reclamar com propriedade, o povo precisa reconhecer, evitar e denunciar a pequena corrupção cotidiana.
A correta classificação da corrupção: violência
A corrupção: violência econômica contra a correta gestão dos recursos do povo
Muitos
gestores públicos (chamados de "políticos") exercem violência (seria a
grande maioria deles?), ao desviar verbas da educação pública ou
utilizá-las intencionalmente mal ou de forma tendenciosa e danosa. Isto
se chama corrupção aplicada ao sistema educacional na gestão pública.
A
corrupção na gestão pública é um dos nomes específicos para "violência
econômica". Embora muitíssimos nomes de formas de violência (quase
todos?) possam ser aplicados à "corrupção na gestão pública".
Outras
formas de corrupção: desviar verbas da saúde pública; desviar verbas em
geral; fazer acordos secretos de uso de recursos públicos em benefício
próprio e de privilegiados e / ou apaniguados; negar acesso dos
cidadãos a quaisquer detalhes da administração pública que estejam sob
a sua responsabilidade; manipular a opinião pública para criar
tendências sociais em favor de interesses particulares (corrupção +
violência psicológica); destruir, prejudicar, eliminar ou danificar os
ativos (humanos e não-humanos) do Estado, tais como: categorias
profissionais, bancos de dados e instalações públicas (entre muitos
outros), com o objetivo de prejudicar o governo subseqüente de um
partido político opositor na implementação do seu programa de governo –
não sei se qualificar isto apenas como "violência" seria o suficiente.
Financiar obras e melhorias com o único objetivo de repassá-las à
administração privada posteriormente (geralmente, a preços
subfaturados), para gerar lucros para uma minoria empresarial.
Corrupção passiva derivada da corrupção na administração pública:
receber pagamento direto ou indireto de gestores públicos para dar-lhes
visibilidade na mídia; receber benesses de gestores públicos para
atacar ou denegrir a imagem dos seus adversários (leais ou desleais) –
ambas com a finalidade de perpetuar o poder do corruptor.
[Excerto do artigo "Pequenos Gandhis", publicado neste mesmo blog]
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Imagem 1: welcometuscanyitaly.com
Imagerm 2: Agência Estado